sábado, 21 de agosto de 2010

ProUni não garante meta de jovens na universidade

Governo não conseguirá pôr 30% de jovens na universidade até 2011, diz TCU

Técnicos preveem que meta seja atingida em 2020; programa é bem concebido, mas existem falhas, afirma relatório

DIMMI AMORA

DE BRASÍLIA 
Mesmo com o ProUni, programa de bolsa para o ensino superior em instituição particular lançado em 2004, o governo não vai cumprir a meta de pôr 30% de jovens (18 a 24 anos) na universidade até 2011. É o que diz relatório do Tribunal de Contas da União aprovado nesta semana.
O documento classifica a iniciativa do ProUni como bem concebida, mas aponta problemas, como falta de indicadores de desempenho e baixo número de atendidos.
Outros entraves para se alcançar a meta, estipulada em lei no Plano Nacional de Educação de 2000, são, segundo o TCU, a queda no ritmo de crescimento de estudantes do ensino médio e o baixo número de vagas em universidades públicas.
O programa vem sendo usado como exemplo de sucesso pela candidata do governo à Presidência, Dilma Rousseff (PT), que já se comprometeu a ampliá-lo e a introduzi-lo no ensino médio.
Seu principal opositor, José Serra (PSDB), prometeu um programa semelhante de bolsas para o ensino técnico. Mas o DEM, principal aliado do candidato, está contestando o programa na Justiça.
O percentual de jovens no ensino superior passou de 10,5% em 2004 (início do ProUni) para 13,9% em 2008. Em 1993, eram 5%. Os técnicos fizeram uma curva estatística em que só em 2020 a meta de 30% será atingida.
Mas talvez nem em 2020 ela seja alcançada. Um dos gráficos aponta que a curva da taxa de crescimento dos alunos que concluem o ensino médio está declinando.
O percentual de jovens nessa fase passou de 37% para 43% entre 2001 e 2003 (seis pontos percentuais em dois anos). Mas, nos quatro anos seguintes, evoluiu apenas cinco pontos (foi a 48%).
Mesmo com poucos concluintes do ensino médio, a quantidade de vagas do Prouni ao ano corresponde a apenas 1,1% dos jovens com ensino médio completo. Outra crítica é à falta de indicadores de desempenho.
Segundo o relatório, o Ministério da Educação tem "nulo conteúdo informativo em termos das dimensões de permanência e de desempenho acadêmico [dos bolsistas]". Sem isso, afirma o TCU, é impossível avaliar a efetividade do ProUni.
Mesmo com problemas, o relatório diz que o programa consegue atender 90% da população de baixa renda.
Sem o ProUni, os mais pobres comprometeriam em média 47% da renda para manter os filhos na universidade, e no mínimo 30% das pessoas que usaram a bolsa (cerca de 200 mil) não teriam chegado à universidade.

Fonte aqui

3 comentários:

  1. Parabêns pelo seu blog. Estarei lhe seguindo.
    wwwverdadespedagogicas.blogspot.com

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  2. Fato... Nosso merentíssimo governo sabe ser popular e divulgar meros números ilusórios de crescimento (quantitativos)que não significa desenvolmento (no que diz respeito ao qualitativo humano). Ao invés de investir tanto nas bolsas assistencialista, deveria investir mais na educação, na capacitação técnica e na geração de empregos pra que haja um verdadeiro "desenvolvimento". A PorUni pode ter favorecido a muitos, mas não foi o suficiente.
    .....

    Parabéns pelo blog psicodélico. Pretendo visitá-lo sempre Thiago.

    Até a próxima postagem.

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  3. O governo deve investir principalmente na educação fundamental. O assistencialismo não vingará no longo prazo. O Brasil deveria copiar o exemplo da Coréia do Sul.

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