segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Reparação

Olá a todos! Quanto tempo!


Começo o ano mostrando uma promessa de documentário para o ano que chega agora. Não, não é Lula, o filho do Brasil, não é cinema eleitoral. É um documentário. Mesmo. Fuçando por aí achei o vídeo no Youtube, a descrição do vídeo é a que segue.
"Documentário conta história de vítima da violência da guerrilha durante o regime militar.
Pela primeira vez no Cinema Brasileiro, longa-metragem mostra histórias de violência dos 2 lados: da repressão militar e do terrorismo de extrema esquerda."


"Reparação é o título do documentário de longa-metragem em High Definition que conta a história de Orlando Lovecchio, vítima de um atentado a bomba praticado pela guerrilha que lutava contra o regime militar no Brasil, em 1968. Orlando perdeu a perna no célebre atentado ao Consulado dos EUA em São Paulo e, ainda hoje, em 2009, luta por justiça: como não é considerado uma vítima da ditadura militar, a aposentadoria que recebe é menor que a do autor do atentado que o vitimou e enterrou para sempre seu sonho de ser piloto de avião. O episódio envolvendo Orlando e seus desdobramentos tem merecido amplo e constante destaque na imprensa.
A partir deste caso, o filme provoca uma reflexão a respeito do período militar, da violência de grupos extremistas ontem e hoje na América Latina, da ditadura cubana que persiste até hoje com o apoio de democratas em todo o continente, além da relação ainda conflituosa existente entre o aparelho repressivo do Estado e os cidadãos comuns.
Com depoimentos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do historiador Marco Antonio Villa, do jornalista Demétrio Magnolli, entre outros, Reparação pretende iniciar uma nova discussão sobre o período militar dentro do contexto do Cinema Brasileiro, que até hoje tem falhado por mostrar apenas um lado dos que viveram a época, de uma forma muitas vezes maniqueísta (como se a História pudesse ser resumida a um eterno embate do bem contra o mal)
Em uma abordagem franca e sem amarras partidárias ou ideológicas, Reparação comprova sua total independência ao não ter recorrido às verbas públicas para sua realização.
Uma prova de que o Cinema Brasileiro pode suscitar o debate com qualidade técnica e total independência estética e de pensamento."

Este é o texto de apresentação do vídeo no youtube. No lançamento do filme veremos a independência de pensamento. Cabe também investigar as origens do orçamento do filme que, se não auxiliado por verbas públicas, certamente incentivado por empresas que esperam que algo seja mostrado no filme. De todo modo parece ser  muito interessante e a discussão é bem pertinente em época do Programa Nacional dos Direitos Humanos, com suas intenções ainda obscuras para mim.
Por último, um bom ano a todos. Que vocês possam ter a coragem de ser e a força de buscarem o mito próprio de cada um de vocês.


Ao som de: Chico Buarque - Cálice


10 comentários:

  1. Aposto minhas fichas que o cinema brasileiro vai acertar nessa.
    O que conhecemos da ditadura é limitado e explicitamente defensor de um lado.

    Mas prefiro ver o documentário antes de tecer qualquer comentário.

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  2. Na verdade, o que conhecemos da ditadura bananense é explicitamente ofensor, de todos os lados, e com razão. O problema é não mostrar a ditadura pior do outro lado, dos "democratas", que acabou não acontecendo.

    Quanto ao "Cabe também investigar as origens do orçamento do filme que, se não auxiliado por verbas públicas, certamente incentivado por empresas que esperam que algo seja mostrado no filme.", é comentário idiota. Pois, se praticamente TODOS os filmes feitos em Banânia são financiados por políticos, corruptos por natureza, eles não esperam que ALGO seja mostrado também nesses filmes?

    De resto, só vendo o documentário pra poder argumentar sobre ele. O trailer não mostrou muita coisa, mas só a presença do Demétrio Magnolli já compensaria o ingresso.

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  3. Na verdade Sr. Kosher-X
    O único comentário idiota aqui foi o seu, afinal é óbvio que não se deve afirmar nada sem ter certeza. O filme foi uma produção idependente do seu diretor, Daniel Moreno, coisa que você saberia se tivesse investido seu tempo em 5` de pesquisa ao invés de formular uma oração cretina dessas.


    Acredito que isso acresecenta uma grande credibilidade com relação à independência ideológica, ou algum tipo de protecionismo.


    Thiago, mais uma vez parabéns por um excelente assunto levantado.

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  4. Oi Kosher,

    de fato, a ditadura - pelo menos em tudo o que ja vi hoje, o que não é lá muita coisa - é sempre analisada por um viés ideológico. E geralmente mostrada, amplamente divulgada e chacinada por aquilo que se costumava chamar de "esquerda". As torturas e violações dos direitos humanos normais serviram de maquiagem e justificativa às ações dos "democratas" como colocado por você, sem que se tenha discutido - em ampla mídia - as ações destes. Coletivamente, é como se tivesse sido dito "Ah, mas tadinhos, sofrendo o que eles sofreram, sendo oprimidos como eles(nós) eram(os), eles só lutaram por sua liberdade, deixa eles". Concordo com o início do seu comentário, por isso a expectativa em relação ao filme, talvez tenhamos uma análise além da esquerdaXdireita.

    Que bom que você acha meu comentário idiota. Isso mostra que você tem um bom nível intelectual por ter sido capaz de perceber isso. Eu, como professor que usa o blog também como ferramenta didática, não posso inferir que todos os leitores venham a entender a relação "se te dou dinheiro, então você mostra X", implicita nessa negociação. Eles são novos, estão aprendendo a ver as coisas ainda. Você porém peca pela intolerância. Não há necessidade de classificar o comentário de idiota apenas porque satisfaz seus anseios intelectuais. Cada escrita tem seu público e deve ser escrita como tal, não adianta jogar pérolas aos porcos.

    Abraço e volte sempre!

    Thiago Minnemann

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  5. Don Bruno, a.k.a. "Néscio de Plantão".

    PROVE o que você disse então, com essa tua "pesquisa" de "5 acento agudo".
    No mais, cale-se para não continuar falando asneiras.

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  6. Amiguinho Kosher-X.

    Que na verdade pode ser qualquer pessoa uma vez que não tem hombridade (sabe o que é essa palavra, né?) pra mostrar o próprio rosto e coloca o sobrenome "x" como (acredito eu, até por ser a única coisa que faria sentido) uma menção aos negros de décadas passadas que eram alvo de racismo, intolêrancias e opressões nos EUA (liderados por Malcon-X)e faziam isso por não acreditar nas origens dos sobrenomes "americanizados" que lhes eram dados...

    Bom, de qq forma:

    Antes de mais nada não é 5 (acento agudo) Qi de girino, esse sinal quando precedido de um número significa minuto, assim como o sinal " quando precedido de um número significa segundo.

    Quanto a prova, não que o faça por você não acreditar em mim, na verdade é mais uma tentativa de humilhação pública mesmo.

    Ao contrário de você que se apóia em "achismos" sem conhecer a história do verdadeiro cinema nacional (não o q começou com pornôgrafia), que nasceu e sobrevive praticamente por idealistas independentes... essa informação é de uma entrevista com o diretor do filme Daniel MOreno, transcrita no blog da União Nacional Republicana e prestado ao jornal Midia mais.

    (não coloco o link pq sou meio burrão e não to conseguindo colar a URL....sabe o que é URL né?)

    Abraços aos leitores desse blog, ao meu irmão, querido educador que nunca perde a postura mesmo frente a morsas como esse Kosher, diferente de mim que não sou educador e posso chutar o balde.

    E pra vôce pessoa X, tive uma idéia!
    Pq vc não mistura H2SO4 com HNO3 e glicerol, coloca nesse teu chapéu ridiculo e vê o q acontece.

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  7. Caro Thiago:
    Discussões à parte, seu retorno foi muito bom. Já estava achando que minha conexão havia "congelado" naquele post sobre o "Caim".
    Meu humilde comentário sobre seu post, após ter destacado a alegria pelo seu retorno, diz respeito à opinião de que nenhum texto (seja ele proferido oralmente, por registro escrito ou filmográfico) é livre de uma ideologia, enquanto "leitura determinada da realidade". "Ideologia", aqui, pode inclusive se referir a uma coisa boa - ao contrário do que propunha Marx. Um "abolicionista", por exemplo, lá pelos idos dos 1870, no Brasil, era alguém que via o mundo como um lugar onde os seres humanos todos tinham o mesmo valor, e essa era a sua ideologia.
    Portanto, parece-me, um filme (como qualquer outro modo de expressão) que não envolve uma intencionalidade não expressa nada. O que, obviamente, temos que concordar é que não pode haver má-fé... ou seja, parecer acreditar em algo, e tentar explicitar isso, a partir de uma vantagem - pecuniária, ou de qualquer outra natureza -, divulgando, não o que ele entende ser a verdade, mas sim o que lhe traz a dita vantagem.
    Grande abraço.

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  8. Oi, tudo bom?
    Sou sua aluna no 3º ano da Viverde.
    Nossa, a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi procurar o seu blog! Simplesmente adorei a sua aula. Infelizmente só tem uma por semana, como você mesmo nos disse, mas vou tentar aproveitá-las ao máximo.
    Estava lendo seus posts e gostei muito deles, vou passar aqui mais vezes em minhas indas e vindas pelo blogspot.
    Adorei também a sua ideia sobre cinema e tudo mais, que comentou no início da aula. Ano passado estudamos cinema em arte, com o Mercadante, e eu adorei, achei o máximo e já estava chateada por não ter novamente essa matéria nesse ano. Espero que o projeto dê certo, estou super entusiasmada.
    Enfim, estou ansiosa pela próxima aula.
    Beijos,
    Gabriela Colicigno

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