quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Conhecer Melhor

Depois de velho eu quero pensar a minha vida. Fazer uma reflexão filosófica e racional acerca da minha caminhada nessa existência. Afinal o que é melhor de se conhecer do que eu mesmo? Não vou estudar um chinês ou um alemão, eu serei o objeto do meu estudo. Uma espécie de círculo de conhecimento, eu em mim mesmo. E o que é mais útil de conhecer do que eu mesmo?
Através de uma crítica da minha caminhada poderei me conhecer melhor, descobrir aquilo que eu sou, aquilo que eu posso ser, e assim agir para que possa me tornar aquilo que realmente sou, conhecendo-me a mim mesmo. Atingir plenamente a minha essência.
Existe algo mais importante que isso? Algo mais importante do que saber quem sou? Pra que estudar estética, política se não se sabe nada sobre o sujeito que está compreendendo isso. Será como jogar farinha num saco furado, derrubando-a no vazio, em lugar algum. A necessidade é a de se conhecer o anthropos (homem na origem de sua palavra, em grego) próprio, reconhecer a ação dialética, na qual o homem age no mundo e o mundo age no homem. Descubra qual é esse homem que age no mundo, que muda o mundo, para descobrir o que se pode fazer com esse mundo, para se ter o mundo nas mãos. Conhece-te a ti mesmo e tenha o mundo em suas mãos.
Simples? Nem um pouco. Mas pensando bem para que deixar para fazer isso depois de velho...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

As profissões do cinema: o papel de cada um



Olá!
Estou dando inicio a um projeto de cinema e filosofia. Portanto resolvi como primeiro passo esclarecer um pouco sobre o papel de cada profissional no decorrer de uma produção cinematográfica. O cinema, além de absorver profissionais de vários campos da arte e tecnologia, criou algumas funções específicas que só existem dentro do próprio cinema. Conhecer algumas das principais funções é importante para entendermos melhor alguns artigos e críticas e para nós que desejamos ver o cinema não só como um meio de subjetivação e expressão emotiva mas como uma obra de arte que requer cuidadosa elaboração e como um documento histórico e social que reflete ideologias, opiniões e momentos históricos.

O que faz um...

Diretor
O diretor teve diferentes funções ao longo da história do cinema, mas quase sempre está ligado à autoria do filme, com a respeitável exceção do período dos grandes estúdios no cinema norte-americano, quando diretores eram contratados e demitidos, antes mesmo de terminar o filme, pelo produtor. o diretor é quem responde pela concepção artística do filme, coordenando a dramaturgia e a estética visual e sonora do trabalho. Escolhe e ensaia atores, define planos, participa da montagem, dá os parâmetros da arte, da trilha sonora..Ele está presente na concepção e na supervisão de todas as etapas da produção de um filme.


Roteirista
O roteiro pode ser chamado de matéria-prima de um filme. É a partir dele que o diretor vai conceber a obra, assim como serve para orientar a produção em todas as suas tarefas. Por isso o roteirista é um profissional que deve dominar muito bem a arte da escrita, da dramaturgia, e também possuir conhecimentos cinematográficos, que façam com que seu texto tenha indicações visuais.


Produtor executivo
O produtor executivo pode ser considerado, a grosso modo, como quem cuida do cinema como indústria e comércio. É o produtor quem viabiliza financeiramente a obra, tratando desde o financiamento até a exibição do filme. É ele quem define o orçamento, as contratações e a logística de todo o trabalho.


Diretor de produção
A implementação e a condução no dia-a-dia dessas definições ficam a cargo do diretor de produção, que faz com que todos os planos de realização aconteçam no prazo certo e com os custos sob controle.


Diretor de fotografia
É quem, amparado pelas ideias do diretor, cria a iluminação do filme, além de propor os enquadramentos e os movimentos de câmera. Pode-se dizer qe ele é um dos maiores responsáveis pelo que se chama de atmosfera do filme, ajudando a definir o estilo da obra.

Diretor de arte
É o responsável pelo visual do filme, dando os parâmetros e participando da definição de figurinos, maquiagem, escolha de locações, decoração dos ambientes e da criação dos cenários.

Montador
Depois de filmadas as cenas, é o montador quem vai ordená-las em um processo chamado de montagem ou edição. Ele escolhe os melhores planos e o tempo de duração de cada um, para que a narrativa do filme fique coerente com o que o roteiro propôs e o diretor realizou.

Editor de áudio
Monta e edita a parte sonora dos filmes. Além de montar os diálogos, cria e insere os ruídos pertinentes.


Leitura complementar:
Caderno de cinema do professor - dois.
ANDREW, J. As principais teorias do cinema.
AUMONT, J. Dicionário teórico e crítico de cinema.
BERGAN, Ronald. Cinema - guia ilustrado Zahar.

Ao som de: U2 - Magnificent

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os fantasmas da perfeição

Vivemos em tempos de crise. A humanidade é uma espécie, como todas, adaptada a um meio ambiente quase sempre hostil: sofrimentos, violência, morte. Habitamos, entretanto, um tipo de meio ambiente distinto das demais espécies: o espaço interior, a alma, a mente, o espírito. Vivemos expectativas, fracassos, inquietações, e a consciência da dor. Os últimos séculos estabeleceram formas novas desses velhos dramas: sonhos políticos, técnicos, científicos, psicológicos e morais, todos marcados pela tentativa de interromper um destino infeliz aparentemente inexorável. Por isso, a crise atual tem marcas específicas: uma delas é sua relação direta com os processos utópicos modernos.

Quando falamos em utopias pensamos imediatamente nos grandes modelos políticos criados a partir da obra de Jean Jacques Rousseau (século 18): revolução social, política e econômica. Todavia, a ideia de utopia é mais antiga e remonta aos renascentistas e à filosofia humanista: o homem é dono de sua vida e pode fazer com ela o que quiser. O sonho da vida perfeita, desde então, virou um fantasma: para chegar à felicidade, basta descobrir as fórmulas. Será? Pode o homem tornar-se perfeito? Tem ele a capacidade de construir um projeto perfeito de futuro? Sua natureza detém os recursos necessários para realizar este projeto? Pode o homem tornar-se pleno? Neste cenário, a modernidade tornou-se o grande produto dos processos utópicos: economia científica, políticas da liberdade e da justiça social, autonomia dos sujeitos.

Normalmente identificamos a “morte das utopias” como a queda do muro de Berlim em 1989: a morte da justiça social plena. Em 2008, outra imagem surgirá no cenário mundial como exemplo de “morte das utopias”: a crise da sociedade baseada no consumo e no mercado como fim de uma história que teria encontrado seu modelo último de aperfeiçoamento no capitalismo pleno.

Mas as utopias só não construíram fantasmas coletivos. Outros fantasmas, com nomes próprios, vieram à noite visitar os sonhos e pesadelos dos indivíduos em suas pequenas vidas comuns. E o que faz o indivíduo sozinho, à noite, no seu quarto, diante desses fantasmas? Para além dos grandes processos políticos e sociais, o que significou, em nosso cotidiano, vivermos sob a tutela de um projeto de perfeição? Como cada um de nós, na solidão da vida e de suas pequenas decisões que formam a malha quase invisível em que respiramos, viveu esta obsessão pela vida perfeita? Utopias da personalidade, da sexualidade, do amor, da liberdade, do conhecimento, varreram nossas vidas. Talvez a cura passe pelo enfrentamento da imperfeição e do conflito como universo último da vida. Seríamos, afinal, uma pequena alma que sabe mais do que deve, mas nunca tudo o que precisa? Enfim, teríamos diante de nós o risco de sermos um ser sem sentido último e sem certezas? Seria esta uma forma mais livre de viver? A imperfeição como horizonte?

Texto sobre palestra de Luís Felipe Pondé no Café Filosófico

Ao som de: Radiohead - 15 Step

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não deixe o encanto desaparecer. A última tirinha de Calvin.



Infelizmente isso é o que acontece com a maioria de nós. E o mundo perde grande parte de seu brilho e de seu encanto. Triste.
Poderia escrever sobre milhões de coisas relacionadas a isso, mas prefiro que vocês ouçam os próprios pensamentos.
Fico por aqui.

Ao som de: Depeche Mode - A Question of Time